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Os gatos e a gravidez

A gravidez é um período muito importante na vida das famílias seja ela a primeira ou não! No entanto, as famílias são também frequentemente compostas por animais domésticos que nalguns casos já faziam parte da família antes da chegada de uma criança.

Infelizmente, e muitas vezes sem razão, os gatos são o animal doméstico que mais “sofre” com a chegada de uma criança à família e isto começa, habitualmente, antes mesmo de o bebé nascer. A principal razão para esta incompatibilidade, prende-se com a desinformação acerca da Toxoplasmose que muitas vezes leva ao abandono dos gatos.

A toxoplasmose é uma doença causada por um parasita chamado Toxoplasma gondii. Os felídeos como o gato doméstico, são os únicos hospedeiros definitivos conhecidos deste parasita, ou seja, é nos felídeos que o T. gondii completa o seu desenvolvimento e se multiplica. Por outro lado o parasita pode infetar inúmeros hospedeiros intermediários como é o caso dos humanos. Esta imagem apresenta o ciclo de vida do parasita:

https://randomgeekings.files.wordpress.com/2012/01/toxoplasma-gondii-life-cycle.gif

Como está representado na imagem, o gato infeta-se após ingerir animais que caça como ratos ou aves, ou mesmo através de carne crua infetada que os seus tutores lhe possam ter oferecido. Importa referir que um gato infetado irá eliminar através suas fezes os oocistos (“ovos do parasita”) apenas durante cerca de 3 semanas após ter sido infetado com o parasita, e esses mesmo ovos só têm capacidade de infetar outros hospedeiros (como os seres humanos) passados 2-3 dias de terem sido eliminados pelo gato. Nesta fase designam-se por oocistos esporulados. É também importante referir que um gato que tenha sido previamente infetado tem uma menor probabilidade de vir a eliminar T.gondii.

São também estes oocistos esporulados que contaminam o solo assim como outros animais nomeadamente animais de produção destinados ao consumo humano. Neste caso, o parasita infeta-os e acaba por se alojar nos tecidos (carne) dos mesmos que são depois posteriormente consumidos por nós.

As principais vias de infeção para uma grávida ou para qualquer outra pessoa são:

Ingestão de carne mal cozinhada ou crua que possa ter sido contaminada assim como vegetais ou frutos que não tenham sido lavados e que tenham estado em contacto com solo contaminado. A infeção através de água contaminada também é possível. Esta é em muitos países a principal via de infeção para humanos, contrariamente ao que se possa pensar!
Ingestão acidental de oocistos durante a limpeza da caixa de areia ou após tocar ou ingerir algo que tenha estado em contacto com as fezes do gato (por exemplo contactando com solo contaminado)
As formas mais raras de transmissão de T.gondii para seres humanos são através de transfusões sanguíneas ou transplantes de órgãos de dadores infetadas.

A transmissão durante a gravidez propriamente dita acontece apenas se a mãe se infetar com T.gondii durante a gestação, e neste caso habitualmente a mãe não tem quaisquer sintomas mas o feto poderá sofrer consequências graves. Este é talvez o maior receio das grávidas face a esta doença, no entanto existem várias formas de prevenir esta situação e não passam pelo abandono ou exclusão do gato do círculo familiar!

1º – Não ingerir carnes mal cozinhadas ou cruas! Da mesma forma, ter cuidado com utensílios que possa ter usado para preparar/cortar carnes cruas.

2º – Higiene! Não ingerir vegetais ou frutos mal lavados. Usar luvas e lavar bem as mãos após manusear solo potencialmente contaminado, por exemplo se esteve a jardinar.

3º – Por segurança, e se possível a grávida não deverá mudar a areia do caixote do seu gato, devendo delegar esta tarefa noutra pessoa. De qualquer forma, a utilização de luvas e a lavagem correta das mãos após a limpeza do caixote é o suficiente para prevenir a infeção dado que o parasita não tem a capacidade de atravessar a pele! A infeção implica sempre a ingestão dos ovos do parasita!

4ª – Por fim, tendo estes cuidados, não há necessidade de se livrar do seu gato só porque está grávida!

Miguel Lajas, Veterinário

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Como combater as náuseas e os vómitos na gravidez

Relembrando que a gravidez é acompanhada de modificações que atingem todo o metabolismo da mulher para garantir o bom e correto desenvolvimento do bebé, sabiam que cerca de 50 a 80% das grávidas referem as náuseas e os vómitos como o principal desconforto durante o primeiro trimestre da gravidez? E sabiam que é algo que pode acontecer até mais tarde, ou mesmo até ao final da gravidez?

A maioria das grávidas apresenta estes sintomas mais ao início do dia, logo pela manhã, mas poderá aparecer em qualquer altura do dia. Desconhece-se qual a causa específica para o aparecimento dos enjoos, mas associa-se ao aparecimento e variações dos níveis hormonais tais como os estrogénios, progesterona e a Gonadotrofina Coriónica Humana (hCG)

Também o paladar e olfato poderão sofrer alterações e com isto determinados cheiros ou sabores aumentarem a sensação de enjoo e causarem náuseas e vómitos. Quem nunca ouviu dizer que alguém enjoou um determinado cheiro ou alimento nesta fase da vida e que depois passou?

Medidas de alívio para as náuseas e vómitos durante a gravidez:

Evitar refeições com grande quantidade de alimentos;
Evitar alimentos gordurosos e muito condimentados;
Ingerir barras de elevado teor proteico;
Antes de levantar de manhã, ingerir 3 a 4 bolachas Maria e esperar uns minutos para levantar;
Banana, frutos secos, biscoitos com pouco açúcar;
Suplementos alimentares de Gengibre (250 mg de 06/06h);
Bons resultados no recurso à acupunctura.

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Dicas sobre varizes e edemas

Hoje decidi voltar a deixar algumas dicas para as grávidas! Desta vez relacionadas com as varizes e/ou edemas.

Como sabem, a gravidez é acompanhada de modificações que atingem todo o metabolismo da mulher para garantir o bom e correto desenvolvimento do bebé. Por esse motivo a atenção a todas as alterações deve ser redobrada, com peso, conta e medida, como sempre, claro. Mas de maneira a que não sejam interpretadas como algo fora do normal.

Varizes e edemas

As varizes tendem a aparecer ou a agravar-se devido ao aumento da pressão venosa abaixo do diafragma e também devido à ação das hormonas características da gravidez, sobre as paredes dos vasos sanguíneos. Localizam-se mais frequentemente nos membros inferiores, no entanto podem também atingir a vulva e a parede vaginal, onde são particularmente incomodativas.

Além disso, durante a gravidez verifica-se uma significativa retenção hídrica, manifestando-se pelo aparecimento de edema – inchaço – normalmente limitado aos membros inferiores, dando a sensação de “pernas pesadas”, uma queixa habiutal nas grávidas.