Skip to content
Bruno Rito
  • Home
  • O nosso espaço
  • Quem somos
    • Bruno Rito
    • Parcerias
  • Serviços
    • Curso Pré Parto
    • Curso Pré Parto On-Line
    • Curso Pré Parto Presencial em grupo
    • Curso Pré Parto Individual
    • Recuperação Pós Parto
    • Apoio domiciliário no Pós Parto
    • Workshops
  • Artigos
  • Contactos
Site Search
Parto

O Microbioma do Recém-nascido

Antes de qualquer outra coisa importa clarificar o que é um microbioma, depois clarificar o que é o microbioma do recém-nascido.

O microbioma humano é a coleção do genoma de todos os microbiotas (composto por bactérias, ácaros, fungos, protozoários e vírus) que vivem no corpo humano, ou, por outras palavras, é o património genético dos micro-organismos que vivem com o ser humano e que residem em diversos sistemas do corpo, como o aparelho respiratório ao gastrointestinal, da pele ao aparelho geniturinário.

No homem existem dez vezes mais células microbianas do que células humanas e, estima-se mesmo que entre a superfície interna e externa do corpo humano existam cerca de 100 triliões de microrganismos. Estas células encontram-se, predominantemente, no intestino, exercendo uma grande influência nos mecanismos de homeostase, desempenhando funções essenciais na digestão, metabolismo dos alimentos, desenvolvimento, ativação do sistema imunológico e produção de neurotransmissores que afetam o comportamento e a função cognitiva.

Também de acordo com a zona do corpo, o microbioma vai-se alterando, por exemplo nas zonas mais quentes e com maior nível de humidade existe uma maior concentração de microrganismos comparativamente às zonas com nível de humidade mais baixo.

A relação entre o parto e o microbioma

Não é segredo que o nosso primeiro contacto com o mundo real se dá no ato do parto, seguido das mãos de quem nos puxa. Como tal não causará qualquer tipo de estranheza afirmar que o tipo de parto pode contribuir para diferenças no microbioma do recém-nascido, certo? Diferenças essas que, por si, levam a variações na fisiologia normal e à predisposição para o aparecimento de determinadas patologias.

Bebés que nascem por parto vaginal apresentam um microbioma predominantemente influenciado pelo microbioma vaginal materno (como Lactobacillus, Prevotella e Sneathia). Já os bebés nascidos por cesariana, apresentam um microbioma menos diversificado composto por comunidades bacterianas semelhantes às encontrados no bloco operatório, cavidade oral e pele (como Staphyloccus, Corynebacterium e Propionebacterium). Existem mesmo evidências que sugerem que, aproximadamente, 64 a 82% de todos os casos relatados de infeções por Staphylococcus aureus (MRSA) ocorrem em bebés nascidos por cesariana. Algo que pode ser explicado pelo facto destes, não terem sido expostos às bactérias protetoras presentes no canal vaginal.

Tendo em consideração que a maior colonização do recém-nascido ocorre durante o nascimento, é então essencial que os profissionais estejam sensibilizados para os fatores que podem alterar a composição do microbioma.

Intervenções que podem influenciar o microbioma do recém-nascido

Não recomendado por rotina

  • Cervicometria (toque vaginal) 
  • Monitorização fetal interna 
  • Cateterização vesical (algaliação ou esvaziamento vesical com sonda) 
  • Administração de antibióticos 
  • Utilização de antissépticos na desinfeção e cuidados perineais no parto 

Recomendado

  • Promoção do parto normal 
  • Aleitamento materno precoce 
  • Contacto pele a pele durante a primeira hora de vida 
  • Primeiro banho do recém-nascido idealmente após as 24horas de vida 

No caso de ser necessário realizar cesariana:

  • Colonização do recém-nascido com compressa colocada no canal vaginal materno (1hora antes da cesariana): 
    • Material necessário: 1 copo esterilizado, 2 compressas esterilizadas tamanho 10 / 10 cm, 1 ampola de soro fisiológico 10 ml.

2. Dobrar em leque e depois ao meio

3. Embeber a compressa em soro fisiológico (1 hora antes)
4. Guardar a compressa no copo esterilizado até colocação dentro da vagina pelo menos 1 hora antes da cesariana
5. Introduzir a compressa na vagina
6. Retirar antes da cirurgia começar
7. Colocar num recipiente estéril (p.e. copo de colheita de urina)
8. Manter à temperatura ambiente.
9. No primeiro minuto após o parto passar no corpo do recém-nascido pela seguinte ordem: lábios, face, tórax, braços, pernas, genitais, ânus e costas. 
10. Este procedimento dura aproximadamente 15 segundos e só é recomendado em grávidas sem sinais de infeção, e com Streptococcus grupo B negativo 

    Em suma, o desenvolvimento do microbioma começa no útero. No entanto, aspetos relacionados com o trabalho de parto e parto, têm-se mostrado determinantes para a colonização do recém-nascido.

    A transferência do microbiota materno serve como proteção inicial, com implicações na saúde do recém-nascido a longo prazo, havendo estudos que referem a existência de diferenças no perfil do microbioma dos bebés nascidos de parto vaginal comparativamente aos nascidos por cesariana.

    No caso da cesariana, esta aumenta a suscetibilidade para o aparecimento de asma, alergias, diabetes, obesidade, patologias reumatológicas, gastrointestinais e do sistema nervoso central (Yang et al, 2016).

    Novas evidências científicas têm surgido, sobretudo na última década, sobre o tema e os profissionais de saúde devem considerá-las na sua prática de forma a promover o saudável microbioma do recém-nascido. Além disso, esta temática deve ainda ser abordada na comunidade, nos cursos de preparação para a parentalidade e durante a vigilância pré-natal, para que os casais possam tomar decisões conscientes, atempadas e devidamente informadas, solicitando esta prática aos profissionais de saúde no dia do nascimento.

    Andreia Ferreira (Enfermeira)
    Cristina Nascimento (Enfermeira Especialista em Saúde Materna e 
    Obstetrícia)

    Parto

    O início do Parto vertical (comigo, pelo menos)

    Há muito tempo que queria implementar algo novo, por isso quando a minha chefia desafiou a equipa a implementar algo inovador, foi a minha deixa para aproveitar e implementar o parto vertical, ou parto de cócoras (uma das posições facilitadoras do processo de trabalho de parto).

    Fisiologicamente, a posição deitada (litotomia) não beneficia o trabalho de parto, pois os diâmetros da bacia ficam mais fechados (ou melhor, inalteráveis) dificultando toda a fisiologia do trabalho de parto e parto. (Então porque é que não se ajuda a mãe e o bebé desta forma? Devem estar a perguntar-se… porque para alguns profissionais de saúde é algo que sentem que dificulta o seu trabalho e “retira protagonismo”, de algo que é próprio da Mulher… porque a mulher está habilitada para dar à luz!)

    Posto isto e, tendo em conta o desafio lançado, fiz tudo o que era possível para apresentar “a minha inovação”, o Banco de Parto, pensado e desenhado por mim, (claro que baseado noutros modelos, mas com algumas modificações que senti serem mais facilitadoras) e construído por um carpinteiro. (Para quem nunca ouviu falar, é mesmo isto que escrevi, não foi engano).
    Este banco é, nada mais, nada menos, que um facilitador do Parto Vertical, pois permite que os diâmetros da bacia fiquem alterados cerca de mais 30%; permite uma postura vertical, facilitadora para o período expulsivo! Além disso, a grávida pode ter o companheiro, a doula, ou a pessoa que entender (e que terá no plano de parto) a suportar-lhe as costas e, podendo assim, fazer-lhe uma massagem, apoiando-se na maca ou cama, alternando com a posição sentada e de pé, etc.

    Esta foi uma ideia que me surgiu, aquando o meu percurso na emergência médica VMER – Viatura Médica de Emergência e Reanimação (conto-vos detalhes um dia destes), – algo que me levou a perceber que, em situações de partos domiciliares, nenhuma mulher tinha tido o seu bebé, deitada. E até mesmo no hospital, quando comecei a perceber que havia senhoras que não toleravam estar de cócoras muito tempo, tendo que ir intercalando com períodos de descanso, ficar de pé, andar, voltar à posição… (Isto porque, ou tinham mais peso, ou estavam mais inchadas)

    O facto de termos toda a tecnologia que permite acompanhar e monitorizar o trabalho de parto, mesmo de cócoras e, sabendo que há registos de utilização de cadeiras e bancos desde há muito anos, tanto noutros países como no nosso, foi o suficiente para implementar o Parto Vertical, com ou sem recurso ao Banco de Parto.

    Passaram alguns anos e não podia estar mais feliz por sentir que no Hospital Garcia de Orta, fomos desafiados a melhorar a vida de quem precisa da nossa ajuda e conseguimos! Passaram alguns anos e felizmente, (mesmo com um início conturbado, normal à implementação de qualquer novidade) já foram muitas as grávidas que não só quiseram experimentar como começaram a pedir para terem o seu bebé com o Banco de Parto, melhorando significativamente a sua tolerância à dor e tornando um momento que deve ser inesquecível, num momento feliz e memorável.

    Bruno Rito

    Navegação de artigos

    1 2

    Categorias

    • Amamentação
    • Bruno Rito
    • Dicas
    • Nutrição
    • Outros
    • Parto
    • Perda Gestacional
    • Pós Parto
    • Pré Parto
    • Recém-nascido

    Últimos artigos

    • Vacinas COVID-19 nas Grávidas e mulheres a amamentar
    • Gravidez e Sono: uma relação difícil, por Marta Fradinho
    • Curso Pré-Parto On-line durante o COVID-19

    Em destaque

    • Curso Pré Parto Presencial em grupo
    • Recuperação Pós Parto
    • Workshops
    Privacy & Cookies: This site uses cookies. By continuing to use this website, you agree to their use.
    To find out more, including how to control cookies, see here: Cookie Policy
    Theme by Colorlib Powered by WordPress