Para os mais distraídos o meu nome é Bruno Rito e sou Enfermeiro Parteiro no Hospital Garcia da Orta, em Almada. E pronto está feito, não preciso de escrever mais nada… AhAh!
Sim, sou mesmo o que disse acima, mas além disso também sou casado e pai de três rapazes maravilhosos e que me dão mais que muitos motivos para me orgulhar e, claro – não fossem rapazes – para me preocupar também!
Ora bem.
Desde que me formei (em 1996) que sabia que a área que mais queria desenvolver na minha carreira era a de obstetrícia, mas durante muito tempo as especialidades estiveram encerradas e por isso comecei por trabalhar num serviço de medicina, passando depois para o bloco operatório, aguardando pelo dia em que pude fazer a especialidade em obstetrícia. Algo que felizmente, acabou por acontecer em 2008.
Algo de estranho aqui? Para alguns, se calhar sim: um gajo, alentejano, pai de três filhos e aquilo que mais quer é ajudar mulheres a terem filhos?
Para mim não tem nada de estranho. Desde muito cedo que sou fascinado pela capacidade que a mulher tem de gerar um Ser, e depois conseguir colocá-lo nos seus braços… É algo que ainda me é muito difícil explicar, seja através de que palavras for. É um momento que tem uma carga emocional brutal!
E o que é que eu estou lá a fazer? Ou, por outra, porque é que eu quero lá estar? Para mim, enquanto enfermeiro, é fundamental que esse momento seja acompanhado por um profissional de saúde qualificado, que não só esteja presente para apoiar o casal, mas, acima de tudo, que entenda e que esteja do seu lado, quase apenas para garantir que o poderão recordar, para sempre, com muita felicidade e sem qualquer pingo de tristeza.
Resumindo, para mim, nós, profissionais da saúde, devemos estar presentes neste momento, mas quase apenas como espectadores, que ajudam se a mãe natureza assim o quiser, pois, caso contrário é deixá-la seguir o seu rumo e permitir que a Mulher, Futura mãe, com o apoio do futuro Pai, possa trazer ao mundo o seu maior tesouro!
A natureza tem isto muito bem delineado. Por vezes,os profissionais é que complicam o processo quando o pretendem controlar demasiado todos os fatores. Mas atenção, que apesar de defender o processo mais natural possível, sou totalmente a favor do desenvolvimento das tecnologias e da sua aplicação na obstetrícia…no entanto, como em tudo na vida devia ser, sem fundamentalismos. É preciso bom senso e responsabilidade.
E como é que desta minha forma de pensar e ver a maternidade comecei o curso pré-parto? Isso dá pano para mangas e hoje já não tenho tempo para mais.
Bruno.
(Para quem ainda não acredita – ahah – também criei uma página de Facebook)