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Dicas

Dicas sobre nutrição na gravidez

A alimentação e nutrição na gravidez têm muito que se lhe diga. As necessidades alimentares variam com a idade, sexo, atividade física e profissão. Uma alimentação equilibrada deve satisfazer as necessidades do organismo: energéticas, plásticas ou de construção, protetoras ou de regulação.

Para tal é necessário incluir na alimentação diária:

  • Hidratos de Carbono,
  • Gorduras,
  • Proteínas,
  • Vitaminas,
  • Sais Minerais.

Durante a gravidez o ganho médio de peso aconselhado, até ao final, é de 9 a 12 kg, sendo que:

  • Até às 20 semanas de gestação o aumento desejável é de cerca de 4 Kg,
  • Até às 24 semanas de 400gr/semana
  • Depois, 500grs/semana até ao final.

Uma alimentação saudável tem que ser equilibrada do ponto de vista quantitativo (quantidade de alimentos e valor calórico) e qualitativo (variedade de nutrientes).

O organismo não deve passar longos períodos em jejum, nem deve ser sobrecarregado com refeições volumosas. O jejum provoca mal-estar geral, irritação, diminuição da concentração, diminuição dos movimentos de maior precisão, cefaleias e suores. Já as refeições volumosas, provocam uma sobrecarga gástrica com consequente chamada de sangue ao estômago, ocorrendo uma diminuição da perfusão cerebral e muscular, para além dos desconfortos referidos.

Bem…

Com isto tudo o melhor será explicar que a alimentação da grávida não deverá ser muito, muito diferente daquela que deveríamos fazer todos os dias, no entanto aquilo que mais se vê são as grávidas a comer de forma excessiva porque como estão de “esperanças” toda a família e amigos vão perdoar os seus abusos.

A verdade é que não vão ser nem os amigos, nem a família que vão sofrer na pele as consequências do excesso de peso que ganhou na gravidez – e que é muito, muito, muito fácil de acontecer -, mas sim a grávida e o bebé. Quanto mais peso aumentar durante a gravidez mais difícil será o parto.

Cuidados de nutrição a ter antes de engravidar

Tudo começa por se ter o chamado peso “saudável” antes de engravidar, sim saudável talvez seja o termo mais adequado porque não me parece que exista o chamado peso ideal. Peso saudável porque é aquele que minimiza o aparecimento de problemas de saúde a médio e longo prazo e, como é óbvio na gravidez.

Até me atrevo mesmo a dizer, e só para complicar mais um bocadinho, que não será só o peso saudável, mas também algumas medidas como, por exemplo, o perímetro abdominal “saudável” e, já agora, a idade.

Tudo isto é normalmente reduzido a um intervalo de valores o chamado IMC (índice de massa corporal) e que tem um menor risco de aparecimento de complicações de saúde quando se situa entre 18,5 e 25. Então, se quisermos saber o nosso IMC teremos de fazer a seguinte conta: 

A juntar a isto, é ainda importante saber para além do peso em excesso ou não, se existem outros fatores de risco, tais como hipertensão arterial, diabetes, sedentarismo, consumo de tabaco, álcool ou medicamentos, etc.

Gravidez já confirmada:

Se neste momento já está confirmada gravidez, o que interessa agora é saber como fazer para controlar o peso e o que podem e não podem comer. Certo?

Comecemos então a falar mais a fundo da Nutrição na gravidez:

Em primeiro lugar, não vão comer por dois! Até se pode aceitar que digam que vão comer para dois, mas também não é isso o mais importante. O que importa é como saber comer para ter um “partinho” calmo, (não é um pratinho) fácil e com uma boa recuperação, sem que o excesso de peso dificulte tudo.

Em média vão precisar de cerca de mais 300 a 400 calorias por dia a mais do que quando não estavam grávidas, o que dividindo por vários alimentos é muito fácil de fazer.

Deixo aqui algumas dicas para cada trimestre de gravidez:

Dicas sobre alimentação no 1º Trimestre

Pequeno Almoço: 

  • Pão integral 
  • Queijo fresco Pasteurizado ou Manteiga Magra 
  • Leite com Cevada Solúvel 

Meio da Manhã:

  • 1 peça de fruta (época) bem lavada 
  • 4 bolachas de água e sal ou Maria 

Ou 

  • Iogurte Natural 

Almoço: (fora de casa)

  • 1 sopa de legumes (preferência sem Batata) 
  • Carne (grelhada) 
  • Arroz 
  • Hortaliça bem cozida de preferência verde escuro – ricas em acido fólico e ferro (couve, espinafres, brócolos, espinafres, agrião) 
  • 1 Laranja 

Almoço: (em casa)

  • Tudo igual, mas deverá acrescentar saladas bem lavadas 

Lanche:

  • 1 peça de fruta (época) bem lavada 
  • 4 bolachas de água e sal ou Maria 

Ou

  • Iogurte Natural 

Jantar:

  • 1 sopa de legumes (preferência sem Batata) 
  • Peixe (cozido ou grelhado) 
  • 3 a 4 colheres de arroz ou massas integrais ou 2 batas cozidas 
  • Hortaliça bem cozida 
  • Saladas de legumes bem lavada 

Deitar:

  • Iogurte natural 

NOTAS:

  • No primeiro trimestre cerca de 70% das grávidas apresentam como desconforto normal da gravidez os enjoos matinais. Por esse motivo, antes de se levantarem, deverão ingerir 3 a 4 bolachas Maria ou de água e sal, levantarem-se lentamente e a seguir tomar um suplemento alimentar de Gengibre – que se pode encontrar à venda em farmácias sob a forma de cápsulas.
  • A meio da noite, se por acaso se levantarem e tiverem fome podem ingerir uma peça de fruta e 3 bolachas Maria e 1 copo de água. 

2º Trimestre

Manter a qualidade nutricional, nunca se alimentar por dois, aumentar ligeiramente a quantidade de calorias diárias +- 300 – 350 calorias/dia. Introduzir a Aveia, pois é uma forma saudável de aumentar a quantidade de calorias e ajuda a regular o funcionamento intestinal. Não esquecer que, também e muito importante nesta fase, são os alimentos ricos em Omega 3.

Pequeno Almoço:

  • Pão integral 
  • Queijo fresco Pasteurizado ou Manteiga Magra 
  • Leite com Cevada Solúvel 

Ou

  • Iogurte com Aveia 

Meio da Manhã:

  • 1 peça de fruta (época) bem lavada 
  • 4 bolachas de água e sal ou Maria, em substituição das bolachas pode optar por um queijo fresco pasteurizado 
Ou

  • Iogurte Natural 

Almoço: (fora de casa)

  • 1 sopa de legumes (preferência sem Batata) 
  • Peixe rico em Omega 3 (salmão, sardinha, atum, cavala, carapau, solha, polvo, lulas, tamboril, truta) 
  • 3 a 4 colheres de arroz, 2 batatas pequena (cozidas) ou massas integrais 
  • Hortaliça bem cozida 

Almoço: (em casa)

  • Tudo igual, mas deverá acrescentar saladas bem lavadas 

Lanche:

  • 1 peça de fruta (época) bem lavada 
  • 4 bolachas de água e sal ou Maria 

Ou

  • Iogurte Natural 

Jantar: 

  • 1 sopa de legumes (preferência sem Batata) 
  • Carne magra (tamanho da palma da mão) 
  • 3 a 4 colheres de arroz ou massas integrais ou 2 batas cozidas 
  • Hortaliça bem cozida 
  • Saladas de legumes bem lavada 
  • 1 Laranja 

Deitar:

  • Iogurte natural com aveia ou Iogurte com Lactobacillus ou leite fermentado (p.e. Kefir) 

3º Trimestre

Manter a qualidade nutricional e aumentar ligeiramente a ingestão proteica. A grávida, nesta fase, sente-se naturalmente mais cansada e este ligeiro aumento da ingestão de proteína irá ajudar um pouco.

Neste trimestre também é muito importante preparar a flora intestinal da grávida com um suplemento de leite fermentado rico em proteínas e probióticos, favorecendo a imunidade.

Pequeno Almoço:

  • Pão integral 
  • Queijo fresco Pasteurizado ou Manteiga Magra 
  • Leite com Cevada Solúvel 

Ou 

  • Iogurte com Aveia 

Meio da Manhã:

  • 1 peça de fruta (época) bem lavada 
  • 4 bolachas de água e sal ou Maria 

Ou

  • Iogurte Natural 

Almoço: (fora de casa)

  • 1 sopa de legumes (preferência sem Batata) 
  • Peixe rico em Omega 3 (salmão, sardinha, atum, cavala, carapau, solha, polvo, lulas, tamboril, truta) 
  • 3 a 4 colheres de arroz, 2 batatas pequena (cozidas) 
  • Hortaliça bem cozida 

Almoço: (em casa)

  • Tudo igual, mas deverá acrescentar saladas bem lavadas 

Lanche:

  • 1 peça de fruta (época) bem lavada 
  • 4 bolachas de água e sal ou Maria em substituição das bolachas pode optar por um queijo fresco pasteurizado 

Ou

  • Iogurte Natural 

Jantar: 

  • 1 sopa de legumes (preferência sem Batata) 
  • Carne magra (bife do tamanho da palma da mão) 
  • Massas integrais cozidas 
  • Hortaliça bem cozida 
  • Saladas de legumes bem lavada com ovo cozido (rico em proteínas) + nozes e amêndoas 
  • 1 Laranja 

Deitar:

  • Iogurte com Lactobacillus ou leite fermentado (p.e. Kefir) 

Outras Dicas, Sugestões, Truques e Curiosidades sobre a Nutrição na Gravidez

  1. Cozinhar pratos de forma simples, com pouco sal e pouca gordura 
  2. Evitar fritos 
  3. Evitar alimentos enlatados (devido excesso de nitritos usados na conservação) 
  4. Lavar bem com água corrente os legumes e frutas 
  5. Usar Luvas para a manipulação de carne crua 
  6. Evitar bebidas alcoólicas e refrigerantes 
  7. Evitar chá preto 
  8. Cumprir os suplementos de ferro (ingerir com sumo de laranja para favorecer a absorção), acido fólico e iodo 
  9. Fazer 30 minutos de caminhada 2x dia 
  10. Ingerir 2 a 3 litros de água por dia 
  11. Podem tomar 1 café por dia 

Ainda sobre alguns alimentos em particular:

Leite 
Sempre que falamos de leite estamos a referir-nos ao leite de vaca, mas existem mais tipos de leite como, por exemplo, o leite de ovelha, leite de cabra e leite de soja!! (Não este líquido feito a partir da soja não é leite).
Existem três designações de leite no que respeita ao teor de gordura que cada um tem.

1. Leite Gordo, apresenta um mínimo de 3,5% de gordura. Normalmente mais recomendado a crianças, adolescentes e grávidas que não sejam obesas.

2. O leite Meio Gordo contém entre 1.5% a 2% de gordura e está recomendado para a maioria dos adultos saudáveis e não sedentários

3. O leite Magro apresenta um máximo de 0,5% de gordura, por isso poderá ser enquadrado como um produto dietético e como tal para ser consumido em situações especiais, por exemplo para quem tem obesidade ou elevados níveis de gordura no sangue. São muito pobres em Vitamina A e D.

Em termos nutricionais todos fornecem proteínas e cálcio com adequado valor biológico. No que respeita às quantidades diárias recomendadas por dia:

  • Crianças: 400 a 600 ml 
  • Adolescentes: 600 a 700 ml 
  • Adultos: 400 a 600 ml 
  • Grávidas: 500 a700 ml 
  • Idosos: 500 a 600 ml 

Regra geral, o leite que consumimos nas nossas casas encontra-se armazenado dentro de pacotes de cartão – leita UHT (Ultra HighTemperature), ou seja, este leite é submetido a elevadas temperaturas, durante alguns segundos, o que vai permitir destruir as bactérias, mas antes deste processo o leite vai ser homogeneizado. Processo que é feito através de um sistema de alta pressão, que obriga o leite a passar por pequenos orifícios onde as gotículas de gordura se misturam no leite tornando-o mais fácil de digerir.

Todo este processo faz com que este leite, depois de embalado, não necessite de frigorifico para a sua conservação, desde que o pacote se encontre fechado. Depois de aberto deverá permanecer no frigorifico e ser consumido no prazo máximo de 48h.

Nesta altura devem estar a pensar: e quem não tolera o leite?

A causa mais frequente de intolerância ao leite deve-se ao mau funcionamento da vesicula biliar e à deficiência de lactase (enzima necessária para a digestão da lactose). Pois, à medida que vamos abandonando o consumo de leite, deixamos de produzir esta enzima e deixamos de saber fazer a digestão do leite. Por este motivo já existe à venda leite sem lactose, mas se ainda assim não tolera o leite, poderá ingerir derivados do mesmo, como por exemplo o iogurte e queijos (aqui a lactose já desapareceu).

Iogurte: 

Alimento com excelentes propriedades nutricionais e ainda com a vantagem de ser de muito fácil digestão, pois a lactose já foi destruída e, pela ação das bactérias, a lactase já foi fragmentada, aumentando a sua capacidade de tornar a digestão mais fácil. O que, para a grávida é ótimo, pois a digestão da grávida, devido à ação hormonal, encontra-se muito mais lentificada. 
É também considerado um ótimo regulador do trânsito intestinal, tanto nas situações de diarreia como de obstipação, regulando a flora intestinal através da ação do lactobacillus bulgaricus e do lactobacillus acidophilus A flora intestinal é muito importante para o dia do parto, para favorecer o microbioma do bebé e inibir o desenvolvimento de bactérias agressivas. 
Para além destas propriedades é muito rico em minerais, vitaminas e proteínas, cálcio, fósforo, magnésio, potássio, zinco, iodo, vit A, B1, B2, B6, B12, acido fólico, etc, muito importantes na gravidez e amamentação.

Carne

Nem toda a gente come carne e são cada vez mais as pessoas que optam por retirá-la, na totalidade, da sua refeição.

Se ingerirmos um pouco de tudo tornamos a nossa alimentação muito mais equilibrada, pois o nosso organismo necessita de todos os alimentos e, na gravidez é muito importante o equilíbrio a todos os níveis, incluindo o nutricional.

A carne, como outros alimentos, fornece-nos proteínas, – cerca de 20% da sua composição é de proteínas, sendo que para além destas, ainda fornecem vitaminas e minerais, – uma contrapartida tem a ver com o facto de ser um alimento que não fornece hidratos de carbono, pois estes após a morte do animal transformam-se em ácido láctico.

Para além disto, o consumo excessivo de carne também vai refletir um consumo elevado de gordura saturada, o que não é de todo recomendado, mas, isto também está associado ao tipo de carne que ingerimos. Temos carnes que não apresentam excesso de gordura, como por exemplo a carne de aves e coelho, desde que limpas de pele.

Outro dos elementos muito importantes na gravidez é Ferro, sobretudo para a altura do parto, devido às perdas de sangue normais deste processo e, são alguns os alimentos ricos em ferro, como a carne. Esta disponibiliza, em média, 20% do ferro, enquanto que os vegetais apenas 5%. Isto porque na carne, o ferro encontra-se sob uma forma que facilita a absorção pelo humano, um processo que é ainda facilitado, se lhe juntarmos, simultaneamente, uma fonte rica em vitamina C (ácido acórbico) ou o ácido cítrico, presente nos citrinos tais como a laranja e o limão. E, já agora, se os vegetais forem cozidos juntamente com a carne vai permitir uma melhor absorção do ferro destes alimentos.

Se a grávida ingerir uma refeição com uma porção de carne do tamanho da palma da sua mão, juntamente com vegetais e, no final uma laranja, está, com toda a certeza a fazer um bom aporte de ferro!

Cuidados a ter quando compra carne:

A carne é um alimento que facilmente sofre alterações, desde o abate do animal até ao consumo humano, e por isso é importante a forma de conservação e confeção.

  • Melhor método de conservação – refrigeração e congelação 
  • Carne fresca: poderá conservar-se no frigorífico durante 4 dias desde que este se encontre a 0ºc 
  • Quando fresca deverá ser acondicionada em sacos ou embalagens estanque e hermeticamente fechadas de preferência em vácuo 
  • Carne picada: escolher a peça e picar apenas na altura da compra e à vista, pois assim garante que não tem mistura de outros alimentos tais como, pele, gorduras, órgãos, outras carnes, chouriço etc. 
  • Carne picada: guardar no frio apenas o máximo de 8 horas, no entanto o ideal é cozinhar imediatamente após a compra. 

Cuidados a ter quando cozinha a carne:

  • Quando comprar deve pedir para retirar todas as peles e gorduras 
  • Manipular a carne crua com proteção de luvas 
  • Utilizar o mínimo possível de gordura para cozinhar carne – azeite é o ideal 
  • Carne frita ou assada é de difícil digestão, a grávida deve ingerir esporadicamente 
  • Fritar com recurso ao azeite, banha ou óleo de amendoim (toleram elevada temperatura) 
  • Cozinhar bem a carne de forma a diminuir o risco de infeção com toxoplasmose, triquinose, ténia e Escherichia Coli. 
  • Evitar comer carne de origem americana devido à presença de hormonas anabolizantes que provocam um aumento de 10 a 15% de volume dos músculos dos animais, na Europa está proibido o uso de hormonas na criação dos animais. 

Peixe 

O peixe tem uma elevada importância para o homem, estando na sua alimentação desde há muito, muito tempo. É também um ótimo fornecedor de proteínas, vitaminas e minerais. Tem excelentes resultados na saúde, devido ao facto de serem ricos em Omega 3, sendo considerado um tipo de gordura com benefícios ao nível do controlo de colesterol, entre outros. 
O consumo habitual de peixe, no mínimo 2 vezes por semana revela vários benefícios, tais como referi atrás, no que diz respeito à taxa de colesterol, prevenção de doenças cardiovasculares, manutenção do peso saudável, controlo de apetite, fácil digestão, desenvolvimento cerebral do feto, prevenção de estados depressivos no pós parto, fonte de ferro, iodo, magnésio, cálcio, sódio, potássio, selénio, vit A,E e D.

Podemos encontrar à venda peixe de água salgada ou de água doce, sendo mais comum o consumo de peixe de água salgada. Além disso, ainda existem os peixes de aquicultura de água doce e água salgada, que devem ser evitados por todas as grávidas , uma vez que a alimentação destes peixes é feita com rações de elevado rendimento, às quais é frequente adicionarem antibióticos, fungicidas, rações com aditivos como no caso do salmão, que fica com aquele tom alaranjado super apelativo (o que na verdade é falso pois a cor do salmão puramente selvagem vai do rosa suave, bege ou mesmo acinzentado, que não se encontra à venda nas nossas peixarias sem ser congelado). Do Salmão de aquicultura o que apresenta um crescimento mais próximo do salmão selvagem é o da Escócia e da Irlanda.

Também temos, e já me esquecia, as famosas latas de conserva que não estão de todo recomendadas a entrar nas refeições das grávidas pois apresentam elevados níveis de sal.

Como escolher um peixinho
Tal como a melancia, que andamos ali a bater castanholas contra ela para ver qual o som das que são mais maduras, também o peixe é difícil de perceber qual o mais fresquinho, mas vamos conseguir.

  1. Tentar perceber senão foi descongelado na véspera, é difícil, mas não custa tentar 
  2. Deve cheirar a mar 
  3. Pele com aspeto brilhante (atenção que já existem sprays que fazem ficar brilhantes) 
  4. Escamas aderentes 
  5. Olhos bem salientes e não encovados, pupila negra e brilhante (brilho também se consegue com substâncias próprias para o efeito, mas a pupila fica cinzenta) 
  6. Guelras vermelhas e sem muco 
  7. Congelado é uma boa opção, mas convém confirmar se a embalagem esta bem fechada e senão tem gelo no interior, se tiver significa que aquele peixe já sofreu variações muito grandes da temperatura 
  8. Temperatura das arcas dos hipermercados deve estar nos -18ºc (no mínimo) 
  9. Deixar o peixe congelado para o final das compras 

Peixes recomendados para as grávidas
Os peixes mais recomendados para as grávidas são aqueles ricos em Omega-3, ou seja, o Salmão de preferência selvagem, (que é mais caro, sim é verdade, mas de vez em quando não faz mal, e compensa o investimento), a sardinha, cavala, arenque, truta de preferência também selvagem. 

Peixes de grande porte não devem ser ingeridos com frequência pois apresentam elevados níveis de mercúrio, por exemplo o atum, cação e peixe espada.

Então restam como peixes recomendados:

  • Salmão selvagem 
  • Sardinha 
  • Linguado 
  • Arenque 
  • Pescada 
  • Cavala 
  • Truta Selvagem 

E o Sushi? 

Já me esquecia! E tantas grávidas perguntam se podem comer sushi! 
Bem, isto é um pouco controverso, há quem diga que sim, que não faz mal e também há quem não é aconselhado.

A verdade é que se conhecermos o restaurante e se o peixe usado tiver sido todo previamente congelado (cerca de 48 a 72h antes) não vai haver problema no que respeita à toxoplasmose ou à contaminação por Listeria, pois com a congelação este risco desaparece, sendo assim e seguindo estas regras, as grávidas podem comer Sushi, de forma moderada como qualquer outra comida.

Ovos 

O ovo talvez seja uma das formas mais rápida, barata e acessível de ingerir proteínas de elevada qualidade e não só, é rico em fósforo, vitaminas A e D, entre outras, ou seja, cerca de 18 vitaminas diferentes. Destaca-se mais pela quantidade de fósforo que fornece, muito importante na formação óssea juntamente com o cálcio. 
Mas também tem má fama, ou seja, dizem que faz aumentar o colesterol, (sim é verdade, cada ovo fornece cerca de 300 mg de colesterol), mas felizmente não tem grande impacto no colesterol definitivo, presente no sangue. O que provoca grandes alterações sim, é o mau consumo ou melhor, uma dieta pouco cuidada, com pouco consumo de hortaliças, legumes, fruta e sedentarismo, muito frequente nas grávidas.

Manuseamento e escolha de ovo 
Em termos nutricionais não existem diferenças entre o ovo do aviário e o ovo do campo, ou caseiro, como queiramos chamar. A diferença existe sim, mas no paladar. Em relação a estes últimos, os caseiros, é importante que as grávidas tenham alguns cuidados no seu manuseamento, sobretudo quando estes se encontram sujos de excrementos de galinha, ou palhas ainda colados na casca. De preferência devem manusear-se com luvas, para evitar a contaminação com bactérias, sendo a salmonela a mais comum e, não devem ser lavados para armazenar, uma vez que a casaca é porosa e vai contaminar o interior do ovo com a salmonela.

Para as grávidas, a melhor e mais segura forma de comer ovo é cozido, pois é a única forma que garante a destruição desta bactéria, desde que este esteja na fervura 8 minutos. Outras formas de cozinhar, como frito, escalfado ou mexidos são de evitar pois caso o ovo esteja contaminado, a salmonela não é destruída, uma vez que esta resiste ao pouco tempo necessário à fritura.

Como saber se o ovo é fresco

  • Sacudir o ovo antes de o cozinhar, se estiver fresco não deverá ouvir qualquer som; 
  • Colocar 300 a 400 ml de água numa taça funda com 2 colheres de sopa de sal, diluir bem e colocar o ovo, se for fresco fica no fundo, se tiver uma semana fica a meio e flutua na vertical, se ficar na superfície deverá rejeitado pois está envelhecido. 

Legumes e Hortaliças 

Sempre que tenham sabor agradável, bem lavados e desde que seja em casa podem ser ingeridos crus, caso não gostem do sabor, em cru, poderão cozinhar ou seja cozer, mas o mínimo tempo possível, com a menor quantidade de água possível e pelo mais curto período de tempo, pois o teor de Vitamina C diminui em cerca de ¼ após 30 minutos de fervura. 
Os legumes tais como a cenoura, nabo, tomate, pepino, corgette, cebola, beterraba, batata, etc, deverão ser, sempre que possível, cozinhados inteiros e com casca, descascando-os depois da cozedura de forma a perderem o mínimo possível de vitaminas.

Nunca deverão ser cozidos com muita antecedência e devem ser colocados na panela só após a água levantar fervura, por fim retirar a água e consumir de imediato caso seja possível senão deixar tapado.

Alface, espinafres e couve são das hortaliças que se consomem com maior regularidade, mas sobretudo a alface. Deverá, preferencialmente, consumir estes alimentos apenas de origem portuguesa, pois são os que contêm menos quantidade de nitratos, ou melhor ainda, os de origem na agricultura biológica, em que não há recurso ao uso de nitratos.

Bem por agora é tudo no que respeita a dietas! E já foi muito! É verdade, são muitas restrições, mas também são 40 semanas de algumas regras e não 40 meses. Passa num instante, mas garanto que vale a pena todo este esforço, quer pela vossa saúde, a do bebé, parto e pós-parto, mas sobretudo pela forma fácil como vai decorrer o parto e a recuperação pós-parto, vale mesmo a pena o esforço em controlar o peso na gravidez.

Estas recomendações não dispensam, como é obvio, o acompanhamento, ajuste e recomendações de um nutricionista

Bom Apetite!
Vai correr tudo bem!

Bruno Rito

Quem sou eu e o que faço por estas…

Para os mais distraídos o meu nome é Bruno Rito e sou Enfermeiro Parteiro no Hospital Garcia da Orta, em Almada. E pronto está feito, não preciso de escrever mais nada… AhAh!

Sim, sou mesmo o que disse acima, mas além disso também sou casado e pai de três rapazes maravilhosos e que me dão mais que muitos motivos para me orgulhar e, claro – não fossem rapazes – para me preocupar também!

Ora bem.
Desde que me formei (em 1996) que sabia que a área que mais queria desenvolver na minha carreira era a de obstetrícia, mas durante muito tempo as especialidades estiveram encerradas e por isso comecei por trabalhar num serviço de medicina, passando depois para o bloco operatório, aguardando pelo dia em que pude fazer a especialidade em obstetrícia. Algo que felizmente, acabou por acontecer em 2008.

Algo de estranho aqui? Para alguns, se calhar sim: um gajo, alentejano, pai de três filhos e aquilo que mais quer é ajudar mulheres a terem filhos?

Para mim não tem nada de estranho. Desde muito cedo que sou fascinado pela capacidade que a mulher tem de gerar um Ser, e depois conseguir colocá-lo nos seus braços… É algo que ainda me é muito difícil explicar, seja através de que palavras for. É um momento que tem uma carga emocional brutal!

E o que é que eu estou lá a fazer? Ou, por outra, porque é que eu quero lá estar? Para mim, enquanto enfermeiro, é fundamental que esse momento seja acompanhado por um profissional de saúde qualificado, que não só esteja presente para apoiar o casal, mas, acima de tudo, que entenda e que esteja do seu lado, quase apenas para garantir que o poderão recordar, para sempre, com muita felicidade e sem qualquer pingo de tristeza.

Resumindo, para mim, nós, profissionais da saúde, devemos estar presentes neste momento, mas quase apenas como espectadores, que ajudam se a mãe natureza assim o quiser, pois, caso contrário é deixá-la seguir o seu rumo e permitir que a Mulher, Futura mãe, com o apoio do futuro Pai, possa trazer ao mundo o seu maior tesouro!

A natureza tem isto muito bem delineado. Por vezes,os profissionais é que complicam o processo quando o pretendem controlar demasiado todos os fatores. Mas atenção, que apesar de defender o processo mais natural possível, sou totalmente a favor do desenvolvimento das tecnologias e da sua aplicação na obstetrícia…no entanto, como em tudo na vida devia ser, sem fundamentalismos. É preciso bom senso e responsabilidade.

E como é que desta minha forma de pensar e ver a maternidade comecei o curso pré-parto? Isso dá pano para mangas e hoje já não tenho tempo para mais.

Bruno.

(Para quem ainda não acredita – ahah – também criei uma página de Facebook)

Bruno Rito

Evolução da Saúde materna e Obstetrícia em Portugal


Uma das razões por que gosto tanto do meu trabalho está ligada ao facto de poder testemunhar a evolução da saúde ao longo do tempo… saber que antigamente nada era assim e que estamos num ótimo caminho!

Também sou um curioso por natureza, é um facto, daí tentar sempre atualizar os meus conhecimentos, as últimas técnicas e melhores práticas que existem, assim como, quebrar alguns mitos!

Por isso, achei interessante partilhar alguns dados históricos relacionados com a Evolução da saúde materna e obstetrícia em Portugal, ora vejam…

Anos 60

Nos anos 60 poucas eram as mulheres que pariam nos hospitais. Em 1961 menos de 20 % dos partos eram feitos em ambiente hospitalar; 80% nasciam em casa, com a ajuda das vizinhas ou curiosas e muitas vezes a própria família.

Morriam muitas crianças…era muito raro uma família que não tivesse uma história de perda de uma ou mais crianças. Em 1961 o país era muito diferente daquilo que é hoje, muito pobre e com a maioria das vivências em ambiente rural.

É verdade que nasciam muitos bebés, mas também é verdade que morriam em grande número (como referi acima), além das muitas mães que faleciam durante o trabalho de parto, parto ou no pós-parto com hemorragias graves.

Além da população ser maioritariamente rural, vivia-se sob o regime da ditadura, com uma guerra com vários anos…a pobreza prevalecia e as casas não reuniam as condições de higiene para um vida sem problemas de saúde, muito menos para um parto. (as diarreias predominavam o que conduzia a uma elevada mortalidade infantil). Além disso:

  • Famílias muito numerosas; 
  • Mães de 1ª viagem com 14 anos; 
  • Mulheres entre os 40 e 45 anos a engravidar (maior probabilidade de riscos como hoje, mas com menos acesso à saúde e menos soluções); 
  • Cuidados de saúde escassos não só pelos custos, mas pelo isolamento e distanciamento em que se vivia;

Só a partir de 1965 começaram a surgir diferenças nestas taxas de mortalidade, com a criação do Plano Nacional de Vacinação em 1967, assim como com a criação da Associação para o Planeamento da Família, em que médicos e enfermeiros se dedicaram e trabalharam, mesmo contra a vontade da igreja e do próprio Estado.

Os médicos começaram a fazer consultas de planeamento e os enfermeiros iniciaram a sua intervenção junto das mulheres e dos homens, no sentido de educar e alertar para a importância do espaçamento entre as gravidezes; as condições de higiene; as doenças sexualmente transmissíveis – nomeadamente a sífilis e o alcoolismo nos homens -, mas apesar deste esforço os profissionais de saúde continuavam com muita dificuldade em chegar a todos.

Anos 70 

Em 1971, durante o Governo de Marcelo Caetano, foi publicada a lei que deu origem à criação dos centros de saúde, o que veio melhorar o estado de saúde de um elevado número de portugueses, assim como os respetivos indicadores de saúde.

Muitas mulheres vão, nesta altura, pela primeira vez, a uma consulta médica, em que os enfermeiros desenvolvem, juntamente com os médicos, um excelente trabalho com as mesmas, ensinando-lhes cuidados básicos de higiene e formas de alimentação mais corretas e adaptadas à pobreza do país.

No entanto, mantém-se o velho problema: uma grande parte da população continua a viver demasiado isolada, mantendo-se a necessidade das equipas de saúde se deslocarem até junto dessas pessoas.

Na altura, a avaliação das grávidas era toda feita de forma manual. A experiência e a prática eram muito importantes para se conseguir identificar alterações e encaminhar para os hospitais com cuidados diferenciados. Não existiam ecógrafos, nem qualquer outro aparelho eletrónico que permitisse ouvir os batimentos cardíacos do bebé, – este procedimento era realizado com o estetoscópio de Pinard- a avaliação do tamanho e a estimativa de peso era unicamente feita de forma manual.

Os biberons (para os bebés que eram alimentados a leite artificial) da altura não dispunham de uma escala para orientação e, mesmo que tivessem, a taxa de analfabetismo era de tal maneira elevada, que de pouco serviria… E, por incrível que pareça, era um dos muitos motivos que levavam à morte de muitos bebés (não sabiam a quantidade certa de leite para ingerir), claro está associado à precaridade de cuidados básicos de saúde, assim como a sua articulação com os hospitais.

Em 1974 dá-se o fim da ditadura. Nesta altura mais de metade das casas não possuía água canalizada. Cerca de 40% não tinham esgotos nem casa de banho; 36% não tinham eletricidade, viviam-se tempos muito difíceis, sobretudo na periferia das grandes cidades, em que as condições eram, por vezes, quase desumanas.

Em 1975, alarga-se o serviço médico à periferia, dadas as condições em que se vivia, era urgente atuar nestas zonas. Os médicos recém-formados passam então a ir durante cerca de 1 ano para fora das grandes cidades, para assim poderem trabalhar junto da população que, até à data nunca tinha tido qualquer tipo de acesso a cuidados médicos.

Mesmo assim, mantinha-se uma grande assimetria nos cuidados de saúde entre a grande Lisboa e a periferia. Muitos centros de saúde estavam localizados em edifícios em andares com escadarias difíceis de subir, (como ainda hoje existem por aí alguns), e também não dispunham de rede de esgotos.

As grávidas, na altura, continuavam com pouca ou nenhuma vigilância e continuavam a ter os seus bebés em casa, com ajuda da família ou curiosos. (Sim, leram bem, curiosos) 
Os enfermeiros começam, assim, a apostar na deslocação ao domicílio e o seu transporte era feito numa viatura da Direção Geral de Saúde.

Por incrível que pareça, em 1976, temos os primeiros homens assistir às consultas de planeamento familiar, mas poucos eram os que mostravam real interesse nestas sessões, uma vez que, por esta altura, a taxa de analfabetismo se mantinha muito elevada.

Continuava a viver-se muito mal, as casas continuavam a não ter condições, e as mulheres tinham muitos filhos, (havia famílias com 10 a 12 crianças). E foi, principalmente no que diz respeito ao número de filhos que o planeamento familiar veio ajudar, pois através do mesmo foi possível diminuir o número de nascimentos de crianças com problemas e a espaçarem-se as gravidezes. Os abortos clandestinos, que na altura eram em elevado número, também foram reduzidos, conseguindo-se, então, uma melhoria na organização das famílias.

Além de tudo isto, esta altura coincidiu também, com o fim da Guerra, o regresso dos soldados, os imigrantes que regressavam a Portugal para passarem férias. Fatores que contribuíram, claramente, para uma melhoria significativa da vida das famílias portuguesas.

Os Hospitais melhoraram em muito os seus cuidados, conseguiu-se a erradicação da diarreia aguda e de algumas doenças infecciosas, o que veio permitir uma maior disponibilidade ao estudo e abordagem a outras doenças.

As campanhas de vacinação chegam, nesta altura, à maioria das crianças, permitindo o aparecimento de bons resultados na saúde, como foi o caso da poliomielite, difteria e a tosse convulsa, que começaram a dar os sinais de estarem praticamente erradicadas.

Em 1979, foi criado o Sistema Nacional de Saúde (SNS), tendo um grande impacto na vida dos portugueses. Constroem-se mais hospitais e centros de saúde. Os cuidados, de forma geral, melhoram, mas é na saúde materna, obstétrica e cuidados aos recém-nascidos que os avanços foram muito notórios.

No entanto, e apesar da melhoria substancial, o Sistema Nacional de Saúde apresentava alguns problemas, sobretudo de articulação. Existiam duas direções: a direção geral dos hospitais e a direção geral dos cuidados de saúde primários e foi aqui que surgiram os problemas. A articulação entre os hospitais e os cuidados de saúde primários praticamente não funcionava, conduzindo a uma grande desorganização na vigilância das grávidas, pois recebiam indicações diferentes dos dois lados.


Anos 80 

No ano de 1985 Leonor Beleza toma posse como Ministra da Saúde, no Governo na altura liderado por Cavaco Silva. Dá-se início a um longo trabalho em torno da problemática do Sistema Nacional de Saúde, de modo a aproximar a qualidade dos cuidados em saúde materna e obstetrícia dos existentes nos restantes países da Europa.

Elaborou-se um relatório sobre o estado das nossas grávidas e crianças, embora com muita dificuldade, pois na altura as formas de comunicação e obtenção de dados eram muito difíceis, (há que ter em conta que não existia internet nem telemóveis) o que não contribuiu para uma boa qualidade dos dados estatísticos. Mesmo assim, com essas condicionantes conseguiu perceber-se como se nascia em Portugal. 

O relatório permitiu mostrar que muitos bebés de risco não sobreviviam ao transporte desde o local onde tinham nascido até ao hospital com cuidados diferenciados. Muitos eram os recém-nascidos que chegavam a estes centros diferenciados ao colo dos pais, de táxi, em viaturas de familiares ou simplesmente transportados pelos bombeiros em ambulâncias, que em nada diferiam de um outro qualquer carro ou táxi.

Um elevado número de recém-nascidos que chegavam nestas condições, vinham em hipotermia e com dificuldades respiratórias agravadas, o que ia complicar em muito a sua recuperação. Era urgente dar uma solução a esta problemática e uma das estratégias para o fazer foi a criação de uma ambulância tripulada por uma equipa especializada, com equipamento adequado à prestação de cuidados diferenciados. Uma equipa constituída por um médico neonatologista e um enfermeiro de neonatologia, ambos com experiência na área e um motorista de ambulância.

Este meio funcionava a partir do Hospital de Santa Maria e estava equipado com uma incubadora preparada para o transporte de recém-nascidos de risco, e que circulava entre as várias maternidades fazendo-se a comunicação via rádio.

Apesar destas medidas, os cuidados de saúde não evoluíram como era esperado, por esse motivo cria-se então uma comissão nacional que pega no relatório elaborado anteriormente e aprofunda a sua análise, surgindo o Primeiro Plano Nacional de Saúde Materno-Infantil. Este surge, essencialmente, por ter sido detetado que, praticamente em qualquer lugar, nascia uma criança.

Existiam muitos espaços de saúde que, por fora exibiam a indicação de ser um serviço de urgência, mas que não reuniam qualquer condição para fazer atendimentos, não dispunham de recursos humanos especializados para atender em segurança uma mulher em trabalho de parto e, mesmo os profissionais que lá trabalhavam não tinham experiência suficiente para fazer face a possíveis intercorrências que podiam acontecer durante um parto.

Tornava-se então urgente formar profissionais bem treinados na área da saúde materna, obstetrícia e pediatria e, como é óbvio, equipar devidamente os locais onde estes profissionais iriam prestar cuidados.

Encerram-se alguns serviços, e mesmo hospitais, onde se nascia em condições muito arriscadas, e onde não existiam sequer condições para o atendimento com o mínimo de segurança para a mulher e recém-nascido.

Há um grande investimento na aquisição de equipamento específico, assim como na formação de médicos e enfermeiros nestas duas áreas: a obstetrícia e a neonatologia. Para além disto, também ocorre uma grande melhoria na ligação entre os hospitais e os cuidados de saúde primários.

Com a execução deste plano de melhoria dos cuidados em Portugal conseguiu reduzir-se, em muito, a taxa de mortalidade materna e infantil, estando atualmente no grupo dos melhores países do mundo, no que respeita a este indicador de saúde.

Com todas estas medidas desenvolvidas e o avanço da tecnologia, a população interiorizou que o parto em meio hospitalar e num hospital devidamente credenciado, é um parto, sem dúvida, muito seguro e que fazer uma correta vigilância de gravidez é uma mais valia na prevenção de complicações graves, pois permite o acesso rápido a meios diferenciados.

Atualmente, mais de 98% dos partos em Portugal são realizados em ambiente hospitalar com elevado nível de diferenciação. 
Parte importante do sucesso nos nascimentos ocorridos atualmente em Portugal, deve-se às condições de assistência de excelência em que nascem as crianças e ao sistema de saúde que permitiu que isto fosse possível.

Em resumo:

Por volta de 1960 morriam cerca de 77 crianças por cada 1000 que nasciam. Atualmente este elevado número passou para 2 a 3 mortes por cada 1000 nascimentos. Em cerca de 50 anos Portugal foi um dos países que melhor e mais rapidamente diminuiu a taxa de mortalidade infantil, sendo atualmente uma das melhores do mundo.

Perante tudo isto vale a pena nascer em Portugal!

Bruno.
(Para quem ainda não acredita – ahah – também criei uma página de Facebook)

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