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Dicas

E quando vem um segundo filho, o que fazer?

Vem a caminho mais um filho! Haverá espaço (Amor) para todos?

Neste Dia do Amigo nada melhor do que “homenagear” uma das amizades (é muito mais que isso, mas não faz mal) mais importantes da nossa vida, a amizade entre irmãos. Haverá espaço (Amor) para todos?

Talvez seja esta, uma das primeiras questões que surge às mamãs, aquando do turbilhão de emoções, com a notícia de que vem mais um bebé a caminho. Quando se pensa numa segunda gravidez é quase impossível contornar questões como: “Será que irei conseguir amar o novo bebé da mesma forma que o primeiro?”, “Como conseguirei não falhar como mãe ao meu filho mais velho, quando um recém-nascido requer tanta atenção?”. As respostas a estas questões vão surgindo de forma natural ainda no decorrer da gravidez e/ou com o nascimento do bebé.

Tal como anteriormente, a mamã começa a construir o amor pelo novo bebé ainda durante a gestação. Com o nascimento, este processo continuará de forma natural e muitas mamãs, acabam por se surpreender bastante, com a capacidade que têm para amar, que é muitas das vezes quase indiscritível.

Quanto ao sentimento de culpa, que pode surgir através de pensamentos mais negativos, por não se conseguir ser mãe por inteiro para os filhos mais velhinhos, o mesmo poderá ser atenuado se conseguir descomplicar e relativizar.

Com a chegada de mais um filho, a mamã terá de disponibilizar e gerir a sua atenção por mais um filho e, se por um lado os filhos mais velhos poderão experienciar sentimentos de angústia e insegurança decorrentes da nova situação familiar, por outro lado, irão certamente desenvolver capacidades de gestão de emoções, de partilha, autonomia e autocontrolo que os filhos únicos não terão possibilidade de desenvolver, pelo menos de forma tão exigente. E assim, e com o passar do tempo, esta questão acaba por ser desmistificada e toda a família chegará à conclusão que partilhar o amor dos pais com outros irmãos não será nada dramático e tornar-se-á a normalidade de todos.

Outra questão que muitas vezes surge aos papás de segundas e terceiras viagens, prende-se com as possíveis dificuldades futuras para gerir o tempo e as rotinas com mais uma criança. Esta questão é muito pertinente e acredito que deixe as famílias bastante apreensivas, mas aqui, mais uma vez, a receita será descomplicar. Consoante as idades das crianças, o que acaba por acontecer é que as rotinas irão acabar, mais tarde ou mais cedo, por se fundir. Ou seja, chegará à altura em que as crianças tomarão banho ao mesmo tempo, em que poderão comer todos os mesmos alimentos e passar a existir uma só refeição para todos em casa, o que será bastante importante na gestão do tempo. E até a rotina do dormir, rapidamente passa a ser comum a todos. Claro que dias não são dias e haverá, com certeza, alturas em que um dos filhotes necessitará de mais atenção e estas rotinas poderão sofrer algumas alterações. O que muitos papás relatam é que, muito mais depressa do que possamos pensar, chegará a altura em que as crianças passarão bastante tempo a brincar umas com as outras, o que irá libertar os pais e este facto acaba por ser uma vantagem em relação a quem tem apenas um filho.

Hora de ir para a maternidade!

Entretanto chega a hora da mamã ir para a maternidade, e esta é também uma situação que deixa os papás bastante angustiados, principalmente as mamãs que deixam o seu filhote mais velho para se ausentarem. Dependendo dos casos, de três dias a uma semana. Pode parecer repetitivo, mas a palavra descomplicar terá de entrar em cena novamente.

O parto faz parte do processo e terá mesmo de acontecer, não há como contornar, e posto isto é tentar lidar com estes dias da melhor forma possível. Seja qual for a idade do filhote mais velho, o melhor será sempre manter as suas rotinas normais durante a ausência da mãe, ir à escola, frequentar as atividades, ou seja, quanto menos alterações ocorrerem no dia-a-dia da criança menor será, certamente, o impacto da ausência da mãe. É quase certo que a criança fará perguntas, e a melhor forma de lidar com elas é responder, adequando a linguagem à idade da, mas sempre com a maior das sinceridades. O pai, ou outros cuidadores que ficarão com a criança, terão aqui um papel fundamental nesta fase, e convém que se sintam à vontade com todas as rotinas das crianças e que as respeitem. É, por isso, conveniente que haja um planeamento destes dias antes da mãe ir para a maternidade.

Visitas do primeiro filho ao hospital

As visitas do filho mais velho à maternidade, que muitas vezes é ainda bebé, está também envolta de dúvidas. Questionamo-nos se a criança há-de ir ou não, que impacto é que terá… E aqui, a idade da criança será um factor importantíssimo para este tipo de decisões. Se se tratar de uma criança pequena, por exemplo, dois ou três anos, talvez o melhor será não visitar a mãe e o recém-nascido na maternidade, isto para se evitar que a criança experiencie sentimentos, por vezes de extrema angústia, aquando da separação da mãe no regresso a casa sem ela. As crianças mais crescidas já poderão viver este momento com maior maturidade e possivelmente a separação da mãe, que fica na maternidade com o recém-nascido, pois poderá provocar menos angústia ou uma angústia suportável, mas irá depender da estrutura emocional da criança.Caberá à família decidir o que será melhor.

No regresso da mãe a casa, será muito importante dar uma “atenção extra” ao filhote mais velho, tanto por parte da mãe, como por parte dos restantes familiares e amigos que vão visitar o recém-nascido, e isto é algo que os papás deverão acautelar com a família e amigos.

O irmão mais velho e os “ciúmes”

Gostaria também, de ajudar a desmistificar a questão dos ciúmes, esse bicho papão que parece que muitos têm dificuldade em assumir. Frequentemente, se estivermos mais atentos, ouvimos frases do género: “o meu mais velho está óptimo, adora o irmão, não tem ciúmes nenhuns!”, e o que se observa muitas vezes é o irmão mais velho com comportamentos claros de chamadas de atenção, e isto não é nada fora do normal se acontecer, é perfeitamente comum existirem ciúmes e não há nada de errado nisso. É uma fase em que os pais terão de estar atentos ao comportamento dos filhos para, se necessário, alterarem ou ajustarem a atenção a dar.

Algumas vezes, a mãe poderá ter de proporcionar alguns “momentos de filho único” ao filho mais velho, mesmo não sendo fácil numa altura em que o bebé mais novo é tão solicito, mas por exemplo, poderá sentar-se um bocadinho para brincar, fazerem um desenho, que muitas vezes são momentos que, por razões óbvias, deixa de fazer durante algum tempo com o filho mais velho e que nem sempre poderá ter um impacto positivo na criança.

Não será certamente uma fase fácil, para nenhum dos envolvidos, mas este facto também não será novidade para quem experiencia a maternidade pela segunda ou terceira vez e, como em todas as situações de mudança, pode gerar preocupação e alguns medos, mas é certamente recompensadora e de grandes ganhos emocionais e afetivos para todos.

Ana Sofia Andrade
Psicóloga na área educacional e clínica


 

Pós Parto

Como deve ser o sono dos bebés?

A chegada do bebé a casa, principalmente do primeiro, é sempre um misto de sentimentos entre a felicidade, o medo e a ansiedade. Já não estão no hospital (em princípio foi onde decorreu o parto) onde podem sempre contar com a ajuda de enfermeiros, médicos e auxiliares, mas estão no vosso espaço, aquele com que se identificam, onde se sentem seguros e relaxados.

E agora? Como vai ser tudo? Que tudo muda, certamente que já vos teriam dito, ou já se teriam apercebido, mas é agora, a partir deste momento, do momento em que passaram a porta da vossa casa, que cai a ficha, não é?

Será que o/a bebé vai dormir bem? Será que vamos saber o que fazer se tiver cólicas? Será que vamos saber o que quer dizer o choro? Será que vamos acordar a meio da noite ou vamos continuar com o sono pesado? Será que vamos saber dar banho? Será que vamos saber mudar a fralda como deve ser? Será que vamos cuidar bem do cordão umbilical? E as unhas? Será que vamos conseguir cortar aquelas unhas pequeninas daqueles “mini-dedos” sem fazer asneira? E se…? E será que?…
Tantas perguntas, tantas dúvidas, tantos “se’s” …. tenham calma! Já sabem, com calma tudo se faz e mesmo para quem não fez nenhum Curso de preparação para o parto, certamente que no momento, saberá com mais ou menos dificuldade o que significa aquele choro ou aquela expressão deste novo e maravilhoso ser que chegou ao vosso lar. O instinto enquanto pais – o de mãe então é uma coisa inexplicável – vai dar-vos muitas pistas, só têm que saber identificar. E lembrem-se, o choro do bebé a única forma que ele/ela tem de comunicar!

Há muita coisa a ter em conta e muito tenho para vos falar sobre o Recém-Nascido, no entanto achei importante focar-me numa das grandes preocupações de muitos pais e de que tanto se fala: O Sono!

  • Qual a posição mais indicada? 
  • Que colchão? 
  • Que quantidade de roupa? 

No entanto, posso já dizer-vos que não venho falar de “Truques milagrosos” para os fazer dormir noites inteiras – era bom era! Aliás, tinha sido ótimo, na altura em que os meus filhos chegaram a casa! (ahahah) Venho aqui deixar-vos algumas notas/conselhos sobre a forma mais segura de como devem dormir os bebés:

  • Quarto arejado e com luz natural; 
  • Temperatura do quarto por volta dos 21° (graus);
  • Deitar o bebé de barriga para cima (posição mais adequada); 
  • Não usar almofadas (pelo menos no 1º ano de vida); 
  • Cama com colchão firme/rijo e adaptado para bebés; 
  • Evitar o uso de “edredons”;
  • Usar lençóis e cobertores; 
  • Não dormir com gorro; 
  • Não dormir com babete ou fita porta chupetas; 
  • Não deve ficar espaço entre os pés do bebé e o fundo do berço/cama; 
  • Evitar brinquedos e peluches soltos na cama; 
  • Pijama tipo macacão (evitar arrefecimento de ficar destapado); 
  • Roupa da cama até ao tórax; 
  • Proteções laterais da cama bem fixas com amarras para fora da cama.

Todos nós gostávamos muito de ter um bebé com um bom sono, ou melhor que durma muito, ou talvez que durma bem durante a noite… De facto, eles dormem muito, sobretudo nos primeiros tempos, cerca de 16 a 20 horas, mas por curtos períodos e ainda mais curtos no período da noite… Ah! E dentro do útero não existia para o bebé o dia e a noite… quando chega cá fora demora muito tempo para alguns afinarem o sono, sobretudo o noturno, e durante o primeiro ano pode mesmo ser uma tarefa muito difícil para os pais, aguentar e esperar pelo amadurecimento do sistema nervoso do bebé até este atingir o nível que permita dormir a noite toda, cada bebé terá o seu ritmo.
Sendo o sono considerado uma função vital para o ser humano, deve ser levado muito, muito a sério e por isso, como diz o provérbio “é de pequenino que se torce o pepino”, ou seja, temos de aprender desde muito cedo a educar o sono e a aprender a dormir de forma recuperadora, mas para não variar, também aqui são mais do que muitas as teorias e dicas sobre o sono, – situação típica de obstetrícia e pediatria-, várias opiniões, vários estudos, vários peritos, várias contradições e tudo junto dá confusão na cabeça dos pais. Então temos várias coisas, por exemplo:

  • Criar padrões de comportamento (horário para deitar) desde muito cedo; 
  • Não adormecer ao colo; 
  • Adormecer ao colo; 
  • Deitar os bebés ainda acordados; 
  • Ficar a falar com eles até adormecerem; 
  • Não falar com eles, mas ficar ao lado dando-lhes a mão; 
  • Oferecer um amiguinho “boneco ou brinquedo” para se sentir mais seguro; 
  • Não colocar brinquedos perto da criança; 
  • Deixar chorar na cama até adormecer; 
  • Não deixar criança chorar; 
  • Deixar sozinhas na cama; 
  • Deixar sozinhas de forma gradual; 
  • Nunca deixar adormecer sozinha; 
  • Adormecer na cama dos pais; 
  • Não dormir com os pais, nem adormecer com os pais; 
  • De dia, luz para adormecer; 
  • Durante a noite, sem luz para adormecer; 
  • Dar o banho antes de adormecer; 
  • Dar maminha até adormecer e deitar assim; 
  • Dar maminha e deitar ainda acordado; 
  • Dar maminha mal chore; 
  • Não oferecer maminha logo, esperar um pouco; 
  • Enrolá-lo numa “envolta”; 
  • Utilizar “white noise”; 
  • Usar um som forte e contínuo “tipo aspirador ou exaustor de cozinha, etc”; 

Que tal, confuso, não é? Pois é, a verdade é que o bebé vai dormir uns dias bem, outros menos bem tal como nós. Alguns aprendem a dormir muito depressa e outros demoram muito tempo; uns fazem da noite o dia e outros do dia a noite, com estas técnicas/dicas ou com outras, cada bebé, cada pai e cada mãe irão seguramente aprender e, devagarinho, conseguirão atingir a noite bem dormida.

Durante o primeiro ano de vida do bebé o sono vai depender do amadurecimento do sistema nervoso central e, progressivamente, cada um ao seu ritmo vai melhorando. Mais uma vez o segredo é saber esperar.

E já que ainda estamos no tema do sono, de certeza que neste momento estarão a questionar sobre a posição de dormir de barriga para cima, “e se ele vomita ou se engasga”, bem já lá vamos! A verdade é que esta é a posição mais correta para deitar o bebé, sendo considerada como uma das formas preventivas para a síndrome de morte súbita (SMS), situação verdadeiramente assustadora, rara no 1º mês, mas com um aumento da probabilidade entre o 2º e o 4º mês, sendo que a partir desta altura diminui bastante.

Este fenómeno não existe apenas no estrangeiro ou “aos outros”. Infelizmente poderá bater-nos à porta. Em Portugal também existe, no entanto, a sua extensão não é bem conhecida, sabe-se que houve um aumento do número de casos de 1971 a 1990, e um decréscimo a partir de 1992, talvez associado a vários fatores, tais como a melhor e maior vigilância da gravidez, a melhoria nos cuidados de saúde, uma melhor e mais alargada resposta por parte dos centros de saúde.

Não se conhecem totalmente as causas, mas sabe-se que existem alguns fatores de risco e como tal é muito importante adotar medidas preventivas, sendo que uma das mais importantes é, sem dúvida, a posição para dormir – de barriga para cima – embora os pais possam ficar preocupados questionando-se e se o bebé bolsar, não se vai engasgar? A resposta é que os bebés estão equipados com medidas protetoras para essas situações, virando a face automaticamente para o lado.

Como fatores de risco conhecidos, temos:

  • Dormir de barriga para baixo; 
  • Meses mais frios – sobreaquecimento; 
  • Gravidez não vigiada; 
  • Bebé prematuro; 
  • Crianças com muito baixo peso à nascença; 
  • Idade materna muito jovem – adolescência; 
  • Uso de almofada; 
  • Tabagismo materno durante a gravidez; 
  • Consumo de álcool e drogas durante a gravidez; 
  • Presença de fumadores em casa após o nascimento; 
  • Recurso a colchões macios/moles. 

Importa salientar que a combinação de vários fatores de risco é que aumenta muito a probabilidade de síndrome de morte súbita e não apenas um isolado.

Vai correr tudo bem.

Posto isto só me resta desejar-vos boas noites!

Amamentação

Amamentação – o que fiquei a saber mais com…

Antes de mais gostava de agradecer a todas as pessoas que responderam ao meu formulário sobre a amamentação! Foi muito bom sentir toda esta participação sobre um tema que acredito que vos seja querido e importante.

É também muito importante para mim e, claro que não seria apenas para saciar a minha curiosidade inata! Sim, é verdade, sou um curioso, mas não é algo só porque sim. Com uma melhor noção (pelo menos das 398 mulheres que responderam à data em que fiz este texto) do que se passa e assim que conseguirei (espero eu) ajudar mais futuras mamãs e papás!

Mas, desenganem-se se pensam que isto é só para mim, ou só para vos mostrar a realidade de tantas outras mulheres. Quero, com estas respostas, poder mostrar/provar que efetivamente muito há ainda a fazer nesta área, tanto no que diz respeito aos profissionais de saúde, como às entidades empregadoras e até mesmo a familiares e amigos!

Posto isto, vamos lá ver com o que me deparei!

Ora então, de todas as mamãs que responderam (apesar do nº de respostas ter sido de 398, nem todas responderam a tudo), a grande maioria tem entre os 30 e os 35 anos, mas é muito bom ver que há mais mamãs entre todos os intervalos de idade que coloquei! 

E, se estamos sempre a ouvir que Portugal tem falta de natalidade, ao olhar para o gráfico seguinte, ninguém diria isso vendo a maior fatia “do queijo”, entre 2010 e 2018!!! Que bom ?

Realmente, quando fiz a próxima pergunta, esqueci-me de colocar a hipótese “com mais um a caminho”, eheheh!

Fiquei muito contente pelo número de grávidas que frequentaram o curso de preparação para o parto, mas talvez o mais correto será dizer preparação para a parentalidade, porque na verdade não é objetivo do curso ensinar a mulher a parir, uma vez que esta maravilhosa competência nasce com a mulher.

No entanto o parto e todo o processo posterior ao parto são momentos muito desafiadores, sobretudo para os pais de primeira viagem, e poderão causar momentos de grande ansiedade senão tiverem alguns conhecimentos. Como tal, a frequência do curso de preparação para a parentalidade é de facto muito importante e é hoje um direito legalmente estabelecido através da Lei nº 142/99 de 31 de agosto.

Os objetivos dos cursos de preparação para o parto são:

  • Dotar a futura mãe e futuro pai de competências; 
  • Adquirir conhecimentos para a nova fase das suas vidas – a chegada de um bebé; 
  • Diminuir os medos e ansiedades que possam surgir neste período; 
  • Melhor gestão das preocupações; 
  • Maior satisfação com a experiência do Parto; 
  • Maior número de partos normais; 
  • Correta utilização dos serviços de Urgência Obstétrica e Ginecológica; 
  • Melhoria da comunicação da grávida/casal com os profissionais de saúde; 
  • Dimuição da ansiedade nos cuidados ao recém-nascido; 
  • Integração do homem no processo fisiológico do trabalho de parto e parto; 
  • Redução de partos instrumentalizados e cesarianas; 
  • Redução do recurso à episiotomia.

E será que a resposta “não” à pergunta “O tema da amamentação foi abordado?” está relacionado com o nº de pessoas que não frequentou o curso, ou será que não foi debatido de todo? Esta deixou-me intrigado!

Mas a verdade é que há cursos de preparação para o parto/parentalidade em todo o lado e, realizados quase por qualquer pessoa, com o conteúdo programático completamente desajustado à realidade.

Esta é uma das dificuldades que, por vezes, enfrentamos quando acompanhamos um casal em trabalho de parto na maternidade, perceber que frequentaram um curso com conteúdos, estratégias e objetivos desatualizados.

A escolha do local e quem ministra o curso é algo que deve ser muito cuidada, assim deixo alguns critérios que são importantes saber quando procura um curso:

Como escolher um Curso Pré-Parto?

  • Quem ministra o curso; 
  • Programa do curso; 
  • Com quantas semanas inicia o curso; 
  • Duração do curso; 
  • Compatibilidade do curso com o horário laboral; 
  • Acessibilidade ao local do curso (trânsito, estacionamento etc.); 
  • Instalações onde funciona o curso (ver o local); 
  • Relação preço qualidade. 
  • Apoio durante a gravidez e pós-parto 
  • Se é para o casal ou só para a grávida (deve ser para o casal)

Uiiiii, agora é que são elas! Eu a pensar que podia restringir as respostas no que diz respeito ao tempo que amamentaram, claramente que não me enganei, mas fui enganado! (Ahah)

E, mais uma vez fiquei com uma dúvida. Será que quem afirmou não ter nenhum tipo de apoio por parte de profissionais de saúde, durante a amamentação, foram também as mamãs que não tiveram nenhuma preparação para o parto? Não, pois não? Aqui parece-me que foram muitas as mamãs sem ajuda… ☹ Porque é que terá acontecido? (Também podia/devia ter feito esta pergunta?)

No entanto, e apesar de já ter visto tantas respostas “menos boas” – não inesperadas – posso dizer que fiquei muito feliz ao perceber que felizmente foram muitas as mamãs a quem correu muito bem a amamentação pela primeira vez ?. Fico feliz por saber que nem tudo corre mal! Qual terá sido o vosso segredo?

E, para refletirmos um pouco sobre algumas situações, deixo aqui algumas descrições feitas pelas mães que participaram neste formulário. Poderá ajudar-nos a nós, profissionais de saúde, a refletirmos todos mais um bocadinho e melhorarmos ainda mais os cuidados.

Em resposta à pergunta “O que podia ter sido diferente?”

  1. Podiam não ter dado LA no puerpério ao bebé e quando ele sempre teve glicémias acima de 70. Podiam não lhe ter feito uma lavagem gástrica sem o meu consentimento. Podiam ter logo deixado que eu lhe desse o LA em vez de o levarem para o picarem e alimentarem longe de mim. Bebé de termo, sem icterícia. Podiam não ter dito que o bebé nunca ia mamar bem pelo retrognatismo. Podiam não ter mandado comprar bicos de silicone que não tinham indicação nenhuma. 
  2. Foi uma pega muito difícil… ele não sabia mamar no início. Levou tempo a aprender e eu apesar de ter tirado leite com a bomba para estimular, devia ter tirado mais e estimulado mais para aumentar a produção. Tive de recorrer a suplementação e mesmo quando ele aprendeu a mamar bem, eu não tinha leite suficiente para ser em exclusivo. 
  3. Maior apoio mais informação mais paciência com as mães. 
  4. Estado de espírito diferente. 
  5. Mais apoio por parte dos profissionais de saúde no centro de saúde. A solução encontrada após as queixas que a menina não estava a mamar bem e a ganhar peso foi dar leite em pó. 
  6. Ter sido detetado a tempo a existência de freio curto. 
  7. Nada! Correu lindamente, fui bem informada no curso e o meu bebé pegou logo bem na maminha desde o nascimento até agora. 
  8. Terem-me mostrado como ajudar o bebé na pega. 
  9. Espaçado menos as mamadas (a bebé dormia muito) e mais livre demanda. 
  10. Ter tido mais respostas e acompanhamento 
  11. Ter tido apoio a corrigir a pega poucas horas depois de ele nascer já tinha gretas e a solução que me apresentaram foram um belo par de mamilos de silicone. Um bebé que nasceu com baixo peso, demorou imenso tempo a recuperar o peso de nascimento e só começou a engordar bem quando consegui retirar os mamilos de silicone. 
  12. Mais apoio dos médicos. Pouca informação. Informação dada pelos médicos errada. 
  13. Mais apoio nas primeiras horas pós-parto. 
  14. Melhor ajuda da parte das enfermeiras da maternidade. 
  15. A maternidade não ter uns estudos em dar suplementos (não ouvi e não dei). 
  16. Os mamilos não gretarem. 
  17. No início, no hospital fui incentivada a dar LA pois ” não tinha colostro”. 
  18. Começou mal com muitas dores, mas com muita determinação e ajuda consegui superar e amamentei o primeiro filho durante dois anos. Estou a amamentar o segundo quase há um ano e estou grávida do terceiro. Amamento grávida e pretendo continuar quando o novo bebé nascer e dar amamentar os dois em tandem. 
  19. A ajuda a fazer a pega correta. 
  20. Na preparação para o parto deviam ter incidido mais no tema da descida do leite. 
  21. Menos palpites alheios. 
  22. Se houvesse apoio sério, contributivo, construtivo e fundamentado em evidências teria tudo sido muito melhor, para mim e para o bebé. Felizmente que, com o aumento do número de filhos a amamentação também melhorou e aumentou substancialmente. 
  23. A minha perceção de que não era assim tão fácil, e o facto de ter dores não ajudou a estarmos confortáveis. 
  24. A enfermeira ter sido mais competente. 
  25. O suporte que me foi dado na segunda noite na maternidade. O meu filho não fazia a pega corretamente e a solução foi dar um biberão de suplemento!! Foi a única vez que bebeu LA. Ainda hoje, com 23 meses, mama. 
  26. Não ter sido recomendado LA e sim insistir na amamentação… pois recusou a mama. 
  27. Ser informada que os primeiros dias podem ser dolorosos. 
  28. A pega do bebe no peito. 
  29. Não stressar por a menina não pegar no peito. 
  30. Podia ter tido mais ajuda das enfermeiras no hospital. 
  31. O apoio do enfermeiro no recobro. 
  32. Ter tido mais acompanhamento profissional de saúde. Senti muita dificuldade no início. 
  33. Menos opiniões de outros e mais procura de informação da minha parte. Foi uma cesariana de urgência e nem no HGO tive muita ajuda… 
  34. Maior apoio. 
  35. Acompanhamento em vez de só verem LA como solução, tanto que dos meus outros dois foi bem diferente o do meio amamenta a 4 anos e meio junto com a mais nova com 11 meses. 
  36. Ter tido mais apoio, mais orientação. 
  37. Nada. O problema não foi a primeira vez. 
  38. A por em prática a teoria não é fácil. 
  39. O problema maior foi o meu bebé ter o freio da língua curto e eu não ter o bico das mamas formado, fiz de tudo para que fosse perfeito e para mim foi, nunca tive fissuras nos bicos, o meu bebé nunca mamou sangue, nunca fiquei com o peito duro. Ele mamava em 5 minutos, nunca ficava prostrado, nunca adormecia e bolsava imenso, não era refluxo, era porque entrava muito ar em cada mamada e por vezes, entre uma mamada e outra, se passassem 3 horas, ele ainda bolsava e arrotava. Mas amei, é lindo e super prático. 
  40. Ter apoio dos profissionais. Escusava de ter profissionais a dizer que o meu bebé não sabia mamar.

Relativamente às áreas em que sentiram mais dificuldades, é algo bastante complexo. Mas, sinceramente, não esperava que fosse de outra forma! Não há duas mulheres iguais, nem dois bebés iguais! Porque é que a amamentação haveria de ser igual para todas?

Posto isto, percebi que ainda que existam níveis de dificuldade superior ou inferior em todas as áreas, destacam-se, claramente, a Gestão de Opiniões e a Gestão de Emoções, como os aspetos em que terão sentido maior dificuldade, seguidos da Subida/descida do leite, da extração, à pega e ao tempo das mamadas!

Em resposta à pergunta “O que poderia ajudar com o que correu menos bem?”

  1. Nada. Os mamilos fissurados fazem parte, foram tratados devidamente. 
  2. Ter mais confiança no que foi aprendido e aconselhado pelos profissionais e não ligar a opiniões de outras pessoas. 
  3. Mais apoio no puerpério, mais paciência connosco, principalmente mães de primeira viagem. 
  4. Ter tido um pós-parto menos doloroso física e psicologicamente. 
  5. Não darem a resposta que o meu leite não era suficiente e que tinha que dar fórmula (no próprio centro de saúde). 
  6. Melhor informação na maternidade e mais formação dos profissionais que foram aparecendo ao longo dos primeiros meses, todos com opiniões contraditórias. 
  7. Profissionais de saúde interessados e informados. 
  8. Apoio dos médicos. 
  9. Os profissionais de saúde não opinarem de modo desigual. 
  10. Opiniões informadas. 
  11. O que poderia ajudar era as mulheres terem acompanhamento profissional de enfermeiras especializadas para o assunto ou de CAMS desde o parto. É um momento difícil, é preciso muita determinação e ajuda e a maior parte das mulheres desistem, o que é uma pena. O leite de vaca artificial não devia ser encarado como uma opção comum aceitável e sim como uma exceção. 
  12. Visão mais realista das dificuldades da amamentação. 
  13. Mais informação das pessoas que me rodeavam, e mais apoio. 
  14. Ter algum apoio. 
  15. Mais suporte, menos opiniões geradoras de inseguranças, maior conhecimento baseado nas evidências científicas e menos stress adicional. 
  16. Mais apoio ao início. 
  17. Não ter dado ouvidos a certas opiniões… 
  18. A enfermeira do primeiro… pois do primeiro só amamentei 1 mês… na segunda já foram quase dois anos… e agora do terceiro já vamos no sexto mês. 
  19. Informação sobre os primeiros dias. 
  20. Ter preparado mais sobre a maneira que o bebé deveria pegar o peito. 
  21. Não ter sempre tanta gente a observar como amamentava a menina. 
  22. Que as pessoas ao redor não achassem que tudo o que de “mau” acontecia (bebé dormir mal, chorar, acordar de noite, mamar mt tempo, etc….) fosse porque o meu leite “se calhar era fraco…”!!!!! Isso não existe!!!! Tem que haver mais informação e apoio às mães!!!! 
  23. Apoio domiciliário de conselheiras de amamentação. 
  24. Acompanhamento. 
  25. O que correu menos bem foi o facto de não ter tido muito apoio para saber como poder aliviar o desconforto da subida do leite. 
  26. Mais apoio por parte dos profissionais de saúde. 
  27. Os médicos terem feito menos pressão no LA e ter mais informação. 
  28. Sou EESMO, pelo que a informação e desejo de amamentar não foram um problema. Senti, no entanto, como todas as outras mães, várias dúvidas e receios. As fissuras nos mamilos e as alterações hormonais e privação do sono foram os fatores mais difíceis de ultrapassar. O apoio de outros profissionais e sobretudo partilha em grupos de outras mães que conhecia e me eram próximas, foram decisivas para o sucesso da amamentação. 
  29. Ser mais descontraída, nesta parte. 
  30. Ajuda na pega e tranquilizar-me em vez de só me serem sugerido suplementos. Mesmo assim amamentei até o meu bebé me dizer “não quero mais”. 
  31. Experiência, mas isso ganha-se com o tempo, para nós é tudo novidade agora do meu segundo filho certamente será mais fácil. 
  32. O único problema todo na amamentação do meu bebé, foi mesmo e só o freio da língua ser curto, mas foi “cortado” e a partir daí, foi melhor. 
  33. Mais atenção individualizada, paciência e ajuda construtiva. 

O leite materno é considerado o alimento mais completo para o bebé, conferindo um adequado aporte ao sistema imunológico, prevenindo muitas patologias. As vantagens são muitas, desde económicas para a mãe e pai, família e até para o meio ambiente, (para aqueles que são mais ecológicos e não ficarem esquecidos).

Segundo a OMS o aleitamento materno é recomendado que se inicie na primeira hora após o parto e se prologue de forma exclusiva até aos 6 meses.

Este formulário não teve, como é óbvio, o objetivo de fazer qualquer estudo científico, apenas uma curiosidade, que no final de contas serve para refletir naquilo que considero que (no fundo) até todos sabemos: ainda há muito para fazer.

Apesar de se verificar uma ótima adesão à amamentação, a taxa de aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses ainda é muito baixa no nosso país, o que leva a concluir que ainda há um longo caminho a percorrer no sentido de apoiar as mães nesta prática. Acredito que vai melhorar, mas como em tudo, vai levar o seu tempo

Muita paciência é o que vos desejo!

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